sexta-feira, junho 21, 2013

Choque dói!!! Ação realizada em abril, de 2013, no Rio de Janeiro!





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 “A desordem urbana é o grande catalisador da sensação de insegurança pública e a geradora das condições propiciadoras à prática de crimes, de forma geral”. Assim começa a descrição no site da Prefeitura do Rio de Janeiro para apresentar a brilhante, ou melhor, chocante campanha do Prefeito Eduardo Paes “Choque de Ordem”. Podemos destacar a violência que o termo carrega: “choque”. Triste analogia ao cumprimento da ordem via choque elétrico, cada qual que faça sua comparação. Fora do campo da linguagem, a violência continua sendo uma premissa, em vários aspectos, sobretudo contra a população de baixa renda, ou seja a maioria. Os interesses deste choque de ordem são bem explícitos. “Procurando suplementar as exigências de uma administração municipal deficitária, agora com interesse voltado para as Olimpíadas de 2016, a operação choque de ordem faz um rodízio em bairros como Barrada Tijuca, Copacabana, Tijuca,Flamengo, Botafogo, Centro, se estendendo aos tradicionais bairros da zona norte e suas favelas no entorno como Morros dos Macacos e Encontro na divisa do Engenho Novo, à Favela da Maré, à Vila do João, também conhecida como inferno colorido, à Nova Divinéia, à Mangueira, à Cidade de Deus e outras integrantes dos bairros da zona oeste e sul como Rocinha, Vidigal, Chapéu Mangueira e Ladeira dos Tabajaras.” É evidente a ineficiência deste sistema de ordenações públicas voltado para o capital privado, para a especulação imobiliária, se utilizando da força policial para implementação de ações e, sobretudo, para os interesses da classe alta, que apoia as medidas da recém criada (2009) Secretaria da Ordem Pública, cujo objetivo é: “pôr um fim à desordem urbana, combater os pequenos delitos nos principais corredores, contribuir decisivamente para a melhoria da qualidade de vida em nossa Cidade” A pergunta: melhoria da qualidade de vida de quem? Pois os problemas da sociedade serão sanados na medida em que o privilégio das classes abastadas seja reduzido e os das classes mais baixas, for aumentado. Mas o que parece é que a tática é tirar da vista o problema, seja lá como for, e colocá-lo debaixo do tapete. Esta prática tem seus antecedentes históricos: “há que se levar em conta que para boa parte dos elementos constituintes dessa rica cultura popular em construção estão ligadas, em grande parte, ao outro lado da moeda de todo o processo de modernização urbana do prefeito Pereira Passos, que muito contribuíram para o título de Cidade Maravilhosa concedido ao Rio de Janeiro. A expulsão de populares do centro da cidade, a favelização dos morros e a criação das escola de samba, o crescimento populacional da cidade, juntamente com a futura institucionalização do carnaval pela prefeitura” Portanto em função de tal disparate ideológico de origens históricas, contrapomos esta campanha oficial por uma que nos parece mais adequada: CHOQUE DÓI Raio: símbolo do raio, fenômeno natural que descarrega uma carga elétrica capaz de torrar um ser humano. Coroa de bobo da corte: símbolo do pão e do circo, elementos fundamentais para a ordenação pública. Cifrão: símbolo da livre iniciativa, a possibilidade de qualquer um se dar bem na vida e ter sua própria piscina, seu plano de saúde, não necessariamente com trabalho árduo. AR 15: símbolo das forças especiais de ordenação pública – FEOP. Mantenedora dos rabinhos entre as pernas. Globo: símbolo do biscoito mais tradicional de Ipanema. Tubarão: símbolo da violência como tática de convencimento. Também associado a pessoas com muito poder de persuasão.

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