Desde meados do século XX até os dias de hoje, muitos grupos de artistas atuaram na interface entre espaço público e privado, repensando essas territorialidades tanto urbana quanto dos grandes espaços abertos naturais. Dentre eles os Situacionistas, Fluxus, artistas da Land Art, TAZ, paisagistas contemporâneos, entre outros. Os Situacionistas caminhavam pela cidade e construiam mapas psicogeográficos a partir das percepções sensoriais dos espaços, pensando uma nova forma de mapear o espaço urbano. O grupo Fluxus explora as ruas, as esquinas, para suas apresentações e eventos, e os land artistas manipulam a paisagem materialmente, criando novas configurações para seu entorno. Vários outros poderiam ser citados, já que, tanto nas áreas de conhecimento das artes quanto do paisagismo e urbanismo, as investigações sobre a construção do território são muitas.
O projeto Flutuador é uma intervenção que pretende permear as questões acima citadas, indicando um território dentro do que chamamos de espaço público e estimulando as pessoas a utilizá-lo. Trata-se de explorar e ocupar temporariamente a paisagem urbana com este objeto, abrir um canal de interação espontânea entre as pessoas e este espaço e, conseqüentemente, desses dois com a paisagem que os cerca.
A forma escolhida para a obtenção de tais resultados se dá a partir da construção de um objeto, o flutuador propriamente dito, onde poderemos explorar esses espaços “democráticos” que, no caso, são as praias públicas.
O mar, aliás, foi o ponto de partida para a criação deste projeto, que surgiu a partir da percepção de que o mar, apesar de ser um território público, possui uma ocupação que permanece uma incógnita para a maioria das pessoas, que estão acostumadas com as formas “tradicionais” de ocupação do continente, muito bem delimitados pelas ruas, praças, prédios, cercas e muros. Soma-se a isso o fato de que cada vez mais restam menos áreas de lazer e de liberdade nas grandes cidades, em sua lógica de crescimento desenfreado.
O mar nesse caso pode ser entendido quase como um espaço residual, citado pela artista mineira Louise Ganz, quando ela escreve sobre seu projeto Lotes Vagos:
(...)Nas cidades, são reconhecidas oficialmente como áreas públicas os parques, as praças e as ruas. Os parques são grandes áreas para o lazer, que na malha urbana conformam pontos isolados e distantes entre si e que fazem com que moradores de bairros diversos se desloquem para freqüentá-los nos finais de semana. As praças, de uso mais local, existem praticamente em todos os bairros, quase sempre ilhadas pela circulação de veículos. As ruas, muito diversificadas em uma grande cidade, podem ser a própria extensão da casa, local para o lazer, o trabalho ou a domesticidade, mas também podem ser inóspitas, assépticas, apenas uma seqüência interminável de muros ou muralhas. Porém, este desenho urbano não abarca a complexidade de usos que se instalam não oficialmente em uma cidade. A constituição de um espaço público também se faz por uma prática informal, posto que áreas residuais, por toda a cidade, são ocupadas e usadas das mais variadas maneiras, sejam estas ocupações legais ou ilegais. Espaços residuais são aqueles que sobram normalmente após a implantação de uma infraestrutura, gerando áreas utilizáveis embaixo dos viadutos e passarelas, nas margens das estradas, nas beiras de canalizações, sob as redes de alta tensão, etc, ou podem ser frestas urbanas (pequenos nichos entre edificações ou sob elas, em muros), ou são acoplados à equipamentos urbanos (postes, bancos, árvores). Nestes espaços instalam-se usos diversos como habitação, inserção de bancas de vendas de materiais, plantação de hortas ou jardins ornamentais, campos de futebol, pinturas em muros, colocação de publicidade, ponto fixo para venda de serviços, etc.(...)
(GANZ, Louise Marie . Lotes Vagos. Disponível em: www.lotesvagos.arq.br)
Objetivamente, o flutuador é uma estrutura como um "deck" flutuante, ancorado numa praia pública, onde pode ser acessado por qualquer pessoa e que essa pessoa dê a ele a utilização que bem quiser. Ou seja, é objetivo também deste projeto levantar questões acerca da liberdade de utilização dos espaços públicos já que nenhuma regra existe neste ambiente, que é temporariamente gerido pelas pessoas no instante em que elas o ocupam, além da distancia física da terra (praia) possibilitar muitas oportunidades de atuação e liberdade.
O projeto Flutuador é uma intervenção que pretende permear as questões acima citadas, indicando um território dentro do que chamamos de espaço público e estimulando as pessoas a utilizá-lo. Trata-se de explorar e ocupar temporariamente a paisagem urbana com este objeto, abrir um canal de interação espontânea entre as pessoas e este espaço e, conseqüentemente, desses dois com a paisagem que os cerca.
A forma escolhida para a obtenção de tais resultados se dá a partir da construção de um objeto, o flutuador propriamente dito, onde poderemos explorar esses espaços “democráticos” que, no caso, são as praias públicas.
O mar, aliás, foi o ponto de partida para a criação deste projeto, que surgiu a partir da percepção de que o mar, apesar de ser um território público, possui uma ocupação que permanece uma incógnita para a maioria das pessoas, que estão acostumadas com as formas “tradicionais” de ocupação do continente, muito bem delimitados pelas ruas, praças, prédios, cercas e muros. Soma-se a isso o fato de que cada vez mais restam menos áreas de lazer e de liberdade nas grandes cidades, em sua lógica de crescimento desenfreado.
O mar nesse caso pode ser entendido quase como um espaço residual, citado pela artista mineira Louise Ganz, quando ela escreve sobre seu projeto Lotes Vagos:
(...)Nas cidades, são reconhecidas oficialmente como áreas públicas os parques, as praças e as ruas. Os parques são grandes áreas para o lazer, que na malha urbana conformam pontos isolados e distantes entre si e que fazem com que moradores de bairros diversos se desloquem para freqüentá-los nos finais de semana. As praças, de uso mais local, existem praticamente em todos os bairros, quase sempre ilhadas pela circulação de veículos. As ruas, muito diversificadas em uma grande cidade, podem ser a própria extensão da casa, local para o lazer, o trabalho ou a domesticidade, mas também podem ser inóspitas, assépticas, apenas uma seqüência interminável de muros ou muralhas. Porém, este desenho urbano não abarca a complexidade de usos que se instalam não oficialmente em uma cidade. A constituição de um espaço público também se faz por uma prática informal, posto que áreas residuais, por toda a cidade, são ocupadas e usadas das mais variadas maneiras, sejam estas ocupações legais ou ilegais. Espaços residuais são aqueles que sobram normalmente após a implantação de uma infraestrutura, gerando áreas utilizáveis embaixo dos viadutos e passarelas, nas margens das estradas, nas beiras de canalizações, sob as redes de alta tensão, etc, ou podem ser frestas urbanas (pequenos nichos entre edificações ou sob elas, em muros), ou são acoplados à equipamentos urbanos (postes, bancos, árvores). Nestes espaços instalam-se usos diversos como habitação, inserção de bancas de vendas de materiais, plantação de hortas ou jardins ornamentais, campos de futebol, pinturas em muros, colocação de publicidade, ponto fixo para venda de serviços, etc.(...)
(GANZ, Louise Marie . Lotes Vagos. Disponível em: www.lotesvagos.arq.br)
Objetivamente, o flutuador é uma estrutura como um "deck" flutuante, ancorado numa praia pública, onde pode ser acessado por qualquer pessoa e que essa pessoa dê a ele a utilização que bem quiser. Ou seja, é objetivo também deste projeto levantar questões acerca da liberdade de utilização dos espaços públicos já que nenhuma regra existe neste ambiente, que é temporariamente gerido pelas pessoas no instante em que elas o ocupam, além da distancia física da terra (praia) possibilitar muitas oportunidades de atuação e liberdade.
2 comentários:
É o flutuador criando as Zonas Autônomas Teporárias!!!
Não precisa postar meu comentário, pois trata-se apenas de um convite.
Olá
Meu nome é Vitor Borges e eu gostaria de apresentar o VVIINP ao GIA. O VVIINP é um blog criado para abrigar obras em vídeo de artistas baianos; para os que utilizam o vídeo como linguagem, ou como registro de performances e intervenções urbanas e não urbanas.
VVIINP significa: Virtual.Vídeo.Intervenção.Performance e o endereço é esse aqui:http://vviinp.blogspot.com/
O projeto é bastante recente, mas vocês já podem conferir alguns vídeos postados no blog e conferir a proposta do mesmo.
abraço e boa sorte ao grupo.
obs:caso o grupo decida participar do projeto blog, é só entrar em contato com: vviinp@gmail.com para receber o login e a senha para postagens dos vídeos.
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